Homem-Aranha e Mulher Invisível: dos quadrinhos para a realidade?
Por Marcus Ramone (08/08/06)
Obras como Viagem ao centro da Terra, 20 mil léguas submarinas, Da Terra à Lua e outras transformaram Júlio Verne em um visionário, um homem à frente de seu tempo. Isso porque praticamente tudo que o escritor francês criou (como submarino, foguete e tantos outros artefatos considerados frutos de pura imaginação fértil) nessas aventuras fantásticas se tornou uma realidade muito comum hoje em dia.
Na semana passada, duas notícias que circularam em revistas e sites especializados devem ter feito os fãs de Stan Lee acreditarem veladamente que o velho mestre irá figurar no mesmo panteão de Verne, daqui a não muitos anos.
A BAE Systems, uma companhia britânica que pesquisa, desenvolve e produz tudo o que se possa imaginar para incrementar o poderio de defesa e ataque das forças armadas, está desenvolvendo um tecido superaderente que vem sendo chamado de "velcro molecular".
O material, que não usa cola ou pressão para possibilitar a um ser humano escalar paredes como o Homem-Aranha, recria a adesão natural de aracnídeos, insetos e alguns répteis.
Muitas serão as áreas em que isso poderá ser usado, além da militar. "Mas, antes de vestir uma fantasia colante vermelha e azul, vale lembrar que o tecido ainda está nos estágios iniciais de testes", brincou Jeff Sargent, pesquisador-chefe do projeto.
Ainda no Reino Unido, o Dr. Ulf Leonhardt, um físico-teórico da Universidade St. Andrews, Escócia, publicou uma pesquisa no New Journal of Physics, na qual descreve dispositivos, baseados na Física, que possibilitariam gerar invisibilidade como a da Mulher Invisível, a poderosa integrante do Quarteto Fantástico, outra criação genial de Stan Lee.
"O que a Mulher Invisível faz é curvar o espaço à sua volta, dobrando a luz. E o que os dispositivos fariam seria imitar essa curvatura", disse o cientista em uma entrevista concedida à agência de notícias Reuters.
Com o perdão do trocadilho, isso seria mesmo... fantástico.
Garoto-Aranha brasileiro ganha destaque internacional
Por Marcus Ramone (12/11/07)
Uma casa em chamas, um bebê em apuros e um heróico resgate realizado pelo Homem-Aranha.
O que parece ser a descrição de uma cena já vista em qualquer gibi do personagem da Marvel, é uma história real que aconteceu na semana passada no Brasil, mais precisamente na cidade de Palmeira, em Santa Catarina.
Na verdade, o "Homem-Aranha" em questão é Riquelme dos Santos, um garoto de apenas 5 anos de idade, que brincava na rua, fantasiado como seu ídolo dos gibis, quando avistou o fogo no quarto da pequena Andrieli, de quase dois anos.
Andrieli dormia enquanto sua mãe, Lucilene Córdova, lavava roupa do lado de fora da casa. Ela admitiu não ter socorrido a filha por medo, mesmo motivo pelo qual seu filho, que brincava com Riquelme, também não o fez.
Demonstrando calma e atitude incomuns em uma criança de sua idade naquela situação, o garoto disse a Lucilene para não gritar ou chorar, pois ele salvaria Andrieli.
O menino entrou na casa em meio às chamas e saiu de lá cumprindo sua promessa com louvor.
Os bombeiros, que minutos depois chegaram ao local do incêndio, elogiaram a bravura de Riquelme, mas fizeram questão de alertar quanto à atitude perigosa e nada recomendável da criança.
Essa impressionante história ganhou repercussão em todo o Brasil, graças à divulgação feita pela agência de notícias RBS. Sites, jornais e TV de todo o País acabaram tornando o "Garoto-Aranha" uma celebridade instantânea.
Segundo o Diário Catarinense, Riquelme foi o centro das atenções na Escola Municipal Antonieta Farias de Souza, onde cursa o pré-escolar.
Mas, de imediato, ninguém acreditou em sua história, que parecia fantasiosa demais para ser verdade. Após a confirmação de seu relato na imprensa, entretanto, colegas e professores aplaudiram efusivamente o pequeno herói.
"Puxa, eu também queria ser o Homem-Aranha!", disse um dos seus colegas de classe, de acordo com o Diário Catarinense.
A história do "Garoto-Aranha" também repercutiu fora do Brasil. No fórum de discussão do site jornalístico Democratic Underground, dos Estados Unidos, vários leitores discutiram o assunto. "É um bravo garotinho!", "Que bom que ele não se machucou", foram alguns dos comentários.
Já no blog aberto NowPublic, também dos Estados Unidos, a notícia foi divulgada destacando que o "pequeno Homem-Aranha salvou um bebê de um incêndio no Brasil e se tornou um herói nacional".
Outro detalhe sobre o garoto merece ser registrado. Assim como Peter Parker, o alter ego do Homem-Aranha, Riquelme é vítima de um drama familiar. Ele foi abandonado pela mãe quando tinha 11 meses de idade e, atualmente, seu pai mora em outra cidade.
Por isso, o garoto é criado por sua tia, o que revela outra incrível coincidência com sua "contraparte" dos quadrinhos.
Como se não bastasse tudo isso, o "Garoto-Aranha" traz consigo outra qualidade de todo super-herói que se preza: a abnegação. Isso foi comprovado pela recusa de Riquelme em aceitar uma recompensa de R$ 50 por ter salvado o bebê.
De acordo com informações do jornal gaúcho Zero Hora, no próximo ano o menino será homenageado pelo Corpo de Bombeiros, em solenidade na qual receberá uma estatueta.
Quanto a Andrieli, sua família está necessitando de outra ajuda. Sua casa está destruída, além do que móveis, eletrodomésticos e a quantia de R$ 150 (que seriam usados para pagamentos de contas de energia e do mercado) foram perdidos no incêndio.
Para saber como contribuir com doações, basta ligar para os telefones 0XX-49-3275-0980, 3275-3516 ou 3275-0692.
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